Com base em todas as estimativas estatísticas dos últimos anos, esperava-se um resultado maior na divulgação do Censo realizado em 2022/23. Aguardava-se uma população santa-mariense ultrapassando a casa dos 290 mil habitantes, porém o total chegou a 271.633, o que significa um aumento de 4,06% em relação ao Censo de 2010.
Uma taxa muito pequena para um período de 12 anos, e, regionalmente, o cenário é ainda pior, pois na maior parte dos municípios gaúchos localizados na Metade Sul do Estado tiveram taxas pequenas. Acredita-se que para haver desenvolvimento econômico e social teríamos de ter uma população em constante renovação e movimentação. Através deste espaço, pretendo realizar algumas reflexões sobre o resultado apresentado recentemente pelo IBGE, conforme índices acima mencionados.
Possíveis causas da diminuição da taxa de crescimento da população
A urbanização, o aumento do custo de vida, a maior inserção da mulher no mercado de trabalho, o aumento do nível educacional e o melhor acesso aos cuidados e às práticas contraceptivas também influenciaram e influenciam no fato de as famílias terem menos filhos. Além da queda da natalidade e do aumento da expectativa de vida e consequente envelhecimento da população, ainda é preciso considerar que o período da pandemia trouxe ainda para mais para baixo o índice de natalidade.
Impactos econômicos com a redução ou baixa populacional
A principal consequência socioeconômica da redução da taxa de natalidade e, consequentemente, do envelhecimento populacional é a diminuição da chamada População Economicamente Ativa (PEA). Regiões que passaram por esse fenômeno demográfico apresentaram uma redução da mão de obra disponível para o trabalho e entraram num estágio de estagnação de suas economias.
Movimentos diferentes que precisam ser observados
Precisamos seguir monitorando os municípios que tiveram resultados positivos e seus perfis, a maioria localiza-se no litoral e na Serra e, possivelmente, ganharam moradores durante a pandemia. Capão da Canoa, por exemplo, uma das principais cidades do Litoral Norte, aumentou sua população em 51,27% em 12 anos, chegando a 63.594 habitantes. Municípios menores do litoral, com menos de 20 mil habitantes, também cresceram expressivamente, como Cidreira, que cresceu 34,7%, e Balneário Pinhal, com 37,7%.
Também se sobressaem Gramado e Canela na Serra, e São José dos Ausentes, no extremo noroeste do Estado, que se desenvolveram principalmente pelo perfil turístico. Cresceram, respectivamente, 24,3%, 24,7% e 26,8%.
Conclusão
Como mencionei, apesar de pequeno o índice de crescimento de Santa Maria a exemplo de outras cidades médias no país, ainda é um número positivo. Porém, não podemos desconsiderar que deve-se também pelo movimento migratório das pequenas cidades que perderam parte da sua população que saiu em busca de oportunidade.
É preciso avaliar que estamos vivenciando uma crise econômica desde 2015, ainda não superada. E isso nos remete à preocupação que já foi discutida anteriormente neste espaço. Devemos, cada vez mais, nos dedicarmos, com seriedade e competência, a trabalhar o planejamento urbano e considerar a integração entre demografia e economia para termos um município sustentável.